sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Planejamento de viagens



Viajar é bom demais! Como vocês sabem, esse é um dos meus esportes favoritos. Não é exagero na descrição do meu perfil – aqui ao lado – a parte em que digo que trabalho o ano inteiro só pra poder viajar nas férias. Pra mim, férias sem viagem não são férias.


Tem mais. Pra mim, tão bom quanto a viagem em si é o planejamento dela. Não que eu critique os mais aventureiros, que preferem procurar a hospedagem e descobrir os programas quando chegarem ao destino. Pelo contrário. Até os admiro pela coragem com que desbravam um local desconhecido, muitas vezes com idioma incompreensível. Mas meu jeito de ser é diferente. Prefiro me planejar, pesquisar a web, abrir minha planilha dia a dia da viagem e saborear preenchê-la com o que vou descobrindo aos poucos nos meses que antecedem o embarque. Esse é um dos motivos pelos quais sempre dispenso agentes de viagem e seus pacotes. O outro é porque eles sempre saem mais caros do que os pacotes montados pela “Gurgel Tour”.


Como tive a sorte de ter conhecido boa parte do Brasil quando moleque (valeu, mãe!), nos últimos 4 anos tenho curtido os tempos de dólar mais em conta para viajar para fora do país. Estive no Havaí e na Califórnia – para onde volto em breve –, na África do Sul, no Chile, fiz um tour pela Europa – passando por Londres, Paris, Nice, Mônaco, Cannes, Veneza, Florença, Pisa, Roma e Barcelona – curti um feriadão em Buenos Aires e passei um Réveillon em Nova Iorque. Dei uma boa rodada, mas confesso que quero mais!


Nesse post apresento as ferramentas que me ajudaram nessas viagens. Pra começar, utilizo o ótimo expedia.com para pesquisar preços de passagens aéreas. O site também é bastante útil para a pesquisa de hotéis, principalmente nos Estados Unidos, passeios locais e também aluguéis de carros. É bastante útil você dar uma olhada nos comentários de outros hóspedes nos hotéis que selecionar. Muitas vezes as críticas são sobre a decoração brega ou o estofado do sofá da recepção. Eu simplesmente ignoro esses comentários e sempre escolho hotéis bem localizados e baratos, desde que tenham banheiro privativo. Esta é a minha única frescura na escolha do hotel.


Outro site muito bacana é o venere.com. Ele é tão bom ou melhor que o expedia, mas com mais opções na Europa. Em ambos você pode selecionar uma determinada área da cidade em que queira ficar, mas nesse quesito a funcionalidade do venere é melhor, porque quando você seleciona uma região, todos os hotéis daquela área já aparecem marcados num mapinha. Além disso, depois que você faz a primeira reserva em hotel pelo site, eles te dão 10% de desconto na próxima estadia. Assim, vale à pena reservar primeiro o hotel mais barato e usar o desconto pra reduzir o preço do mais caro.


Outro site em que também se pode fazer o mesmo tipo de pesquisa é o tripadvisor.com. Mas como eu acho a ferramenta deles pior do que a dos anteriormente citados, geralmente só recorro a ele para saber se devo pegar trem ou táxi do aeroporto até o meu hotel e para dicas de transporte pela cidade e de restaurantes.


Falando em transportes, o raileurope.com.br fala português e é uma ótima fonte de pesquisas de horários de viagens de trem na Europa. É possível até mesmo comprar os bilhetes daqui do Brasil, mas sinceramente acho desnecessário. Viajar de trem pela Europa é muito fácil e não tive problema nos meus deslocamentos. Mesmo quando fui de Nice para Veneza num trem que passou a madrugada viajando, bastou passar umas horas mais cedo na estação de Nice para comprar os bilhetes com calma. O problema dessa viagem foi a vagaranha da italiana que roubou 90 euros da minha mochila enquanto eu dormia. Portanto, se viajar de trem e for dormir, fique bem esperto e guarde a grana e os pertences importantes junto ao corpo.


Se você usar mesmo o raileurope.com.br vai perceber que quase sempre é mais caro viajar de trem do que de avião nas médias e grandes distâncias. Principalmente se você viajar nas companhias aéreas low cost que existem por lá. Eu voei de Easyjet (easyjet.com) e de Vueling (vueling.com). Mas têm muitas outras. Bom site para pesquisar é o whichbudget.com, onde você seleciona o país de origem e o de destino e as opções aparecem na tela.


Para o deslocamento dentro da cidade a ser visitada são duas as minhas opções preferidas. Eu acho interessante o passeio naqueles ônibus de dois andares em que você pode entrar e saltar em qualquer estação. São comumente chamados de hop on, hop off tours e têm narração do guia na língua local sempre com tradução pro inglês nos headphones. Você pode achar uma lista das cidades que possuem esse passeio bem como preços e itinerários no city-sightseeing.com. A outra opção que sempre utilizo é o transporte público, especialmente o metrô, que na Europa é muito pontual. Se em uma estação de Londres tiver uma contagem regressiva informando que o próximo trem chegará em 2 minutos e 17 segundos, pode ter certeza que quando o relógio chegar a zero, seu trem estará paradinho à sua frente. Para consultar as linhas disponíveis e as estações mais próximas ao seu hotel, vá ao urbanrail.net. A apresentação do site não é das melhores, mas as informações são confiáveis.


Um último site que gostaria de indicar é o viator.com, onde já comprei alguns tours. Você seleciona uma cidade e informa as datas em que estará e ele lista as opções de entretenimento disponíveis. Aqui também tenho dica de desconto: alguns dias depois da primeira compra no site, eles te mandam um e-mail com duas perguntas para avaliar a sua satisfação e quando você completa a pesquisa, te dão 5% de desconto na próxima compra.


Bom, é isso. Agora é fazer as malas e boa viagem! Se você também tem dicas pra dar, manda pra cá. De repente eu uso nas próximas férias.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Os sentimentos de Lula


Não é novidade pra ninguém que o presidente Lula é um homem de sentimentos. Sempre foi assim. Apesar de ser um moleque na época, me lembro bem da campanha para as eleições presidenciais de 89. Foi uma campanha em que quase todos os 23 candidatos tentavam se distanciar do então presidente Sarney. E Lula não fez diferente. Como relembrou o Estadão em 9/8/09, naquela campanha Lula demonstrou seus sentimentos em relação a Sarney num discurso em que disse: "Nós sabemos que antigamente se dizia que o Ademar de Barros era ladrão, que o Maluf era ladrão. Pois bem: Ademar de Barros e Maluf poderiam ser ladrões, mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República".

(Apenas como cultura inútil, os 23 candidatos, recorde até hoje em eleições presidenciais, eram, por ordem de votos recebidos no primeiro turno: Collor, Lula, Brizola, Covas, Maluf, Afif, Ulysses, Roberto Freire, Aureliano Chaves, Ronaldo Caiado, Affonso Camargo, Enéas, Marronzinho, Paulo Gontijo, Zamir Teixeira, Lívia Abreu, Eudes Mattar, Gabeira, Celso Brant, Antonio Pedreira, Manoel Horta, Armando Silva e Silvio Santos, cuja candidatura foi impugnada.)

Na série de lamentáveis episódios conhecidos como Mensalão, o maior escândalo político da história republicana no Brasil, confiança e pureza foram os sentimentos evidenciados na personalidade de nosso atual presidente. Confiança cega na dignidade de seus cupinchas, que nada tinham a ver com aquilo que Roberto Jefferson falava. Afinal, como afirmou José Dirceu, a Dilma da época, ao programa Roda Viva, “o governo Lula não rouba, não deixa roubar e combate a corrupção”. Confiança em José Genoino, seu comparsa de longa data, que nada tinha a ver com os empréstimos criminosos feitos pelo PT, apesar de ser o então presidente do partido. A culpa era do mordomo, ou melhor, do Delúbio. Mais tarde, quando não foi mais possível defender o indefensável, o sentimento foi de pureza, no sentido mais infantil da palavra. Lula era puro porque não sabia de nada do que acontecia bem embaixo de suas barbas grisalhas e portanto era absolutamente inocente. E mais sentimento: se sentia traído por aqueles que um dia o sustentaram.

Mais recentemente, no entanto, Lula tem demonstrado, ainda que de forma sutil, outro sentimento perigoso: o desprezo pela justiça e pela ordem democrática. O apoio incondicional a Hugo Chávez – não obstante o suporte que este dá às FARC da vizinha Colômbia – e a admiração a Fidel Castro – até pouco tempo o ditador há mais tempo no poder no mundo – são claros exemplos desse desprezo. Também foi emblemático o esforço empenhado na defesa do “outrora ladrão” Sarney, quando Lula afirmou que o presidente do Senado – atualmente seu grande aliado político – não poderia ser julgado como uma pessoa comum porque tem passado. Ora! A justiça deveria ser igual para todos, com passado ou sem passado, seja lá o que isso queira dizer. Mas não para Lula.

Outros dois fatos ilustram ainda o sentimento acima descrito. O primeiro diz respeito à chamada Petro-Sal, empresa desnecessariamente criada pelo governo para administrar o petróleo e o gás natural brasileiros (afinal, o que faz a Petrobras mesmo, hein?). Descobriu-se recentemente que o nome Petro-Sal não poderia ser utilizado na nova estatal porque já está registrado em favor de uma empresa de sondas de Mossoró-RN. Pois bem. Hoje O Globo publicou uma declaração de Edison Lobão, ministro de Lula, afirmando que se o dono da marca não abrir mão dela patrioticamente, “mudamos a lei – e há tempo para isso”. Essa frase beira o inacreditável aos meus ouvidos.

O segundo exemplo vem da política internacional. Nos últimos dias noticiou-se que Lula garantiu a Sarkozy a opção pelos aviões-caças franceses Rafale – que ainda não ganharam uma única concorrência mundo afora – no robusto processo de fortalecimento militar brasileiro, conduzido por seu governo. A pergunta é: como pode o presidente dar essa garantia ao chefe de estado francês se o processo licitatório ainda não acabou? A resposta é simples: atropelando a ordem democrática. Talvez seja oportuno lembrar que cada um dos 32 caças franceses adquiridos sairá, segundo O Globo, a US$ 80 milhões. As outras alternativas, uma americana e outra sueca, sairiam a 60 e a 50 milhões de dólares, respectivamente. Mas não estou com tempo pra falar sobre este outro sentimento de Lula, o desgosto com os estudos e a matemática...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Porque o Fluminense deve cair




O Fluminense contratou ainda em 2008 o coordenador de futebol Alexandre Faria. Faria havia saído do Atlético-MG pouco antes sob acusações do presidente atleticano de que lhe faltava ética pois ele também era empresário de alguns jogadores do elenco. Assim começou o planejamento para 2009.


Alexandre Faria contratou muitos jogadores para esta temporada. Muitos jogadores e de gosto muito duvidoso: Mariano, Xandão, Augusto e Jaílton por exemplo. Este último inclusive, saiu escorraçado do Flamengo e seria emprestado de graça ao Vasco para a disputa da segundona. Entretanto o Fluminense resolveu se meter na negociação e adquiriu os direitos federativos do jogador por US$ 200 mil. Dizem que tem gente na Gávea rindo até hoje...


Outros jogadores também contratados não faziam sentido ou técnica ou financeiramente. Neste grupo, temos o emblemático exemplo de Leandro Amaral. Este infeliz, contratado a peso de ouro por duas vezes junto ao Vasco, em ambas a pedido do único patrocinador-gestor da história do futebol, o infeliz do Celso Barros, merece atenção especial da minha parte. Vejamos o que diz a Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Leandro_C%C3%A2mara_do_Amaral)...


Leandro Câmara do Amaral é um atacante de 32 anos que tem UM ÚNICO título na carreira, o da Copa da Itália pela Fiorentina em 2001. Joga profissionalmente há 12 anos e tem 92 gols na carreira. Ou seja, enquanto uns têm a meta do gol mil, este traste ainda busca comemorar seu gol cem. Na média, ele marcou MENOS DE OITO GOLS POR ANO de carreira. Mas foi contratado pra ganhar uma fábula de dinheiro no Fluminense, com contrato até o fim de 2010!


Voltando ao grupo dos que não fazem sentido: Rafael, o goleiro, foi contratado para ser o 2º reserva, com salário de R$ 50 mil por mês. Roger, centroavante que nunca se firmou em clube grande, foi contratado como compensação pela ida de Arouca para o São Paulo e liberado meses depois, o que significa que Arouca foi embora por quase nada. Leandro, lateral esquerdo que se destacou no Palmeiras, foi contratado após ser dispensado pelo Wanderley Luxemburgo. Olha, o Wanderley tem muitos defeitos e é um cara asqueroso, mas se tem uma coisa que ele entende é futebol. Se dispensou o Leandro, um motivo forte deveria ter. Roni é outro do grupo sem sentido: há 7 anos atrás, quando saiu do Flu era um péssimo jogador de meia idade. Agora ele é um péssimo jogador de idade avançada. Sua especialidade é a corrida em direção ao seu marcador até que se choquem. E outros mais estão nesse grupo, como Diguinho, o rei da Baronetti.


Já falei tangencialmente do patrocinador. É hora de detalhar. Muito do que ocorre hoje no Flu deve-se a esse panaca chamado Celso Barros, presidente da Unimed Rio. Renato Gaúcho foi contratado porque o Dr. Celso quis, apesar de toda a vergonha que já fez a torcida tricolor passar e de transformar o Flu no maior motivo de chacota da imprensa esportiva em 2008, quando afirmou que “ia brincar no Brasileirão”. Não há outra pessoa no mundo que tenha acreditado que essa contratação pudesse dar certo, principalmente porque Renato não é, nunca foi e nunca será um técnico de futebol. É apenas um ex-padeiro que jogava bola cujo ego gigante lhe serve como antolhos que o impedem de enxergar suas limitações. Não é acaso o fato de ele só conseguir emprego no Fluminense e no Vasco: são os dois clubes mais mal administrados do futebol brasileiro. Também vieram Branco, Gustavo Mendes – de quem já ouvi dizer que enriqueceu às custas do Flu na sua primeira passagem pelo clube – e Espinoza, todos na vontade do doutor Celso.


Vale lembrar que esse cara deve ser um médico competente e deve ser bom administrador de planos de saúde, afinal chegou à presidência da Unimed. Mas como gestor de futebol, sua única experiência anterior foi em 2004, no Fluminense, quando contratou Roger, Romário e Edmundo em fim de carreira e obviamente deu errado. De futebol ele nada entende! Portanto, ou Celso Barros dá o dinheiro e fica na sua, cobrando resultados como patrocinador, ou a tragédia é certa porque não há caso de sucesso de patrocinador-gestor-que-não-entenda-nada-de-futebol conhecido no mundo. Não se enganem: parcela substancial da culpa pelo iminente rebaixamento é da Unimed, personificada na figura de Celso Barros.


Chegamos a Roberto Horcades e sua corja, usurpadores do Flu. Em seu segundo mandato, Horcades dilacera o patrimônio tricolor, haja visto o estado das Laranjeiras atualmente. Gasta muito mais do que pode e do que arrecada, mesmo no ano de 2008, quando as receitas foram robustas, principalmente pela participação na Libertadores. Faz declarações não condizentes com a posição que ocupa, como a de que "o Flamengo treme", feita às vésperas do clássico decisivo do Estadual 2009, declaração que serviu para motivar o limitado elenco rubronegro, na vitória por 1 a 0 em frango de Fernando Henrique - mas desse não vou falar hoje. Horcades aparece quando não deve e é omisso quando deve aparecer. Na crise atual, por exemplo, não se escuta falar do presidente bonachão. E por sua corja, refiro-me a Tote Menezes, o vice de futebol que, segundo noticia a imprensa, nunca havia ido ao Maracanã até assumir, e os outros 7 responsáveis pela gestão do futebol tricolor. Para que são necessários 8 caciques pra gerir o departamento de futebol do Fluminense? Isso explica a qualidade da gestão que temos...


Por hora eu paro por aqui. O provável rebaixamento à série B pode afetar o último patrimônio de que o Fluminense ainda pode se orgulhar: sua torcida. Torcida reconhecidamente bonita, inteligente e charmosa. Torcida esta responsável pelos mais lindos espetáculos que o Maracanã viu em 2008 na campanha da Libertadores, que os Deuses do Futebol não quiseram nos dar, muito provavelmente como punição pelo fato de Renato estar à frente do time. Torcida esta que sofreu no final da década de 90 o que está prestes a sofrer de novo: o temor pela real possibilidade de que o Fluminense deixe de ser uma força do futebol brasileiro. Abram o olho tricolores, hoje estamos mais para América do que para São Paulo!


Definitivamente o Fluminense não merece a torcida que tem.